Normas de classificação do café: tudo que você precisa saber
Você já ouviu falar das normas de classificação do café? A bebida que está na sua xícara ou faz parte do seu trabalho diariamente percorre um longo caminho e passa por diversas avaliações para chegar até você, sendo primordial que baristas e donos de cafeterias aprendam um pouco mais sobre esse processo, a fim de saberem com qual tipo de grão estão lidando.
As normas de classificação são compostas por inúmeras características, e é sobre elas que falaremos no decorrer desse post. Fique conosco até o final para aprender mais sobre o assunto.
Normas de classificação do café: o que saber antes de conhecê-las
Antes de falar das normas em si, é importante conhecer mais sobre o produto sobre o qual elas dizem respeito, ou seja, o café. Afinal, sem ele e suas respectivas características que são analisadas, seria impossível existir qualquer tipo de classificação.
A primeira informação a se ter em mente é que o café nada mais é do que um fruto que, como muitos outros, tem sua qualidade e sabor influenciados por fatores como clima e solo, com uma estrutura composta por 5 elementos, incluindo a casca e seu famoso grão, que na verdade é sua semente. Além disso, ele existe em mais de 8 mil espécies, fato esse que justifica a necessidade de haver normas de classificação a fim de se saber exatamente qual café está sendo utilizado.
Quando se trata somente dos grãos utilizados para fabricação da bebida em si, porém, existem somente duas espécies cultivadas mundialmente e, obviamente, no Brasil: Arábica e Robusta. Sendo assim, a classificação do café se restringe basicamente a elas, e leva em consideração os elementos que veremos no próximo tópico.
O que considerar ao classificar um café
Confira abaixo os 6 principais elementos a se considerar quando o assunto é as normas de classificação do café. Eles são adotados pelas principais instituições do Brasil relacionadas à bebida:
Categoria
Existem duas categorias de café voltado ao consumo: a que considera o grão Arábico e a que considera o grão Robusta, também conhecido como Conilon.
Subcategorias
As subcategorias são constituídas pelo formato do grão, sendo eles do tipo Chato, com superfície convexa ligeiramente côncava, e do tipo Moca, oval. Ambos são analisados também de acordo com o tamanho dos furos da peneira por onde passam, cada um deles se subdividindo em graúdo, médio e miúdo.
Grupo
Os dois grupos de classificação de café existentes levam em consideração o aroma e sabor obtidos. São eles o grupo do café Arábica, mais suave e com menor quantidade de cafeína, e o grupo do café Robusta ou Conilon, mais amargo, mais resistente e com mais cafeína.
Subgrupo
Também considera o sabor como fator de qualidade, sendo que o Subgrupo 1 de classificação separa os grãos em bebida fina ou fenicada, enquanto que o Subgrupo 2 faz a classificação em quatro níveis, de excelente a anormal.
Classe
Considera a avaliação dos grãos por cor, sendo que para a classificação existem oito cores: verde azulado e verde cana, verde, amarelada, amarela, marrom, chumbada, esbranquiçada e discrepante, quando há mistura de tonalidades.
Tipo
No tipo, é analisada a quantidade de impurezas e matérias estranhas encontradas junto aos grãos, considerando detritos, corpos estranhos e até mesmo elementos do próprio grão, como cascas e ramos, que podem influenciar na qualidade final.
As normas de classificação do café e a qualidade final do produto
O objetivo das normas de classificação, como mencionado anteriormente, é auxiliar na determinação da qualidade do café em sua xícara ou na xícara de seu cliente. A própria qualidade, por sua vez, deve ser classificada em uma escala de 0 a 10, sendo que o nível mínimo recomendado pela Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC) é de 4,5.
A Qualidade Global, ou simplesmente QG, considera aroma, amargor, acidez e outras características para determinar se o produtor terá o selo ABIC em seu produto. A classificação é feita da seguinte forma, sendo que somente os cafés que possuam a nota acima mencionada ou nota maior são certificados pela Associação:
Notas de 0 a 4
São cafés considerados péssimos, muito ruins ou ruins, não sendo recomendados para consumo pela ABIC.
Notas de 4,5 a 5,9
São os cafés das categorias Tradicional e Extraforte, com qualidade aceitável para consumo diário e preço acessível.
Notas de 6 a 7,2
São os cafés Superiores, com maior valor agregado e sabor mais acentuado.
Notas de 7,3 a 10
São os aclamados cafés da categoria Gourmet, de altíssima qualidade e mais suaves que os demais. Você pode saber mais sobre ele em nosso post O que É Café Gourmet.
As normas de classificação do café consideram ainda o grau de torra utilizado, forma de armazenamento e até mesmo de transporte, comprovando que esse assunto pode ser mais complexo do que sugere. O ideal, nesse caso, é conversar com um especialista a respeito, portanto se você possui alguma dúvida deixe seu comentário abaixo para que nosso barista possa saná-la.
Lembre-se que são informações importantes caso você queira montar uma cafeteria ou já possua uma e precise melhorar seu atendimento passando mais conhecimento e segurança para os seus clientes.
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